Existia um homem simples, pescador. Ele não era letrado e nem andava na alta sociedade. Vivia uma vida comum em sua cidade. Tinha uma alma carregada pelas marcas que a vida deixou. Possuía apenas um barquinho e costumava estar sempre próximo à praia. Até que um dia algo diferente acontece. 

ALGUÉM cruza o seu caminho. Seria o destino? Esse ALGUÉM pede a este pescador simples para que o afaste da praia. Dentro de alguns instantes, este homem viveria momentos sobrenaturais. O irreal tornou-se real. E o que antes eram redes vazias carregadas de derrota, transformaram-se em redes cheias de alimento para ele e para sua família. 

Sua alma outrora cheia de medos e desesperança é possuída por um temor e tremor diante deste ALGUÉM a qual ele nem conhecia e o qual o chamara a ser pescador de homens. 

Tudo agora parece diferente. Há um motivo maior para estar vivo. Há um motivo maior para se ter esperança. Estar perto daquele que plantou essa semente dentro de sua alma, agora parece ser tudo o que esse homem queria. Cada palavra, cada ensino, cada olhar de compaixão só faziam crescer a fé e o amor por este ALGUÉM que chamavam de NAZARENO.

Em outro momento, este homem pescador é escolhido para fazer parte do time. Por que Ele me escolheria? Por que se importaria? Eu te chamo para você viver coisas que você nunca viveu e fazer repousar este fardo que você carrega e ainda para que vivas a missão que eu tenho para ti. 

Este mesmo homem, após quase três anos vivendo ao lado dELE, presenciando curas, vendo pessoas mortas voltarem à vida, andando sobre as águas de um oceano em uma noite tão escura quanto a vida em que ele vivia antes de encontra-lo, este mesmo homem, agora encontra-se no fim de sua vida, aguardando o martírio. 

Ele está em casa, papel e caneta o acompanham. A morte é certa. 

 A perseguição por acreditar no homem que mudou sua história e a da humanidade. A Guilhotina ou a Cruz? Nada disso fazia sentido para ele. Seu amor e devoção ao CRISTO, filho do Deus Vivo, eram maiores que qualquer ameaça que seu corpo pudesse sofrer. 

A dor no corpo era apenas uma passagem para estar ao lado daquele a qual passara os melhores anos de sua vida na terra. No meio de uma página e outra, ele se lembra: Eu o neguei uma vez e não o farei de novo. Sua alma está pronta e não é mais a vida vã na terra que importa, apenas a eternidade ao lado do Mestre. 

Uma lágrima mancha a tinta no papel ao lembrar-se de um dos momentos mais lindos que ele vivera: A transfiguração. A voz vinda dos céus falando a respeito do FILHO, sua face brilhando como o sol, suas roupas se tornando brancas como a luz...

"Em um momento me admoestando pelos comentários sem sentido, em outro me pedindo para cuidar de suas ovelhas. Meu constrangimento por ELE ter lavado meus pés, minha raiva por o terem ferido no Getsêmani."

Agora este homem escreve destemido: "Sei que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já me tem revelado".

Continua...

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